Foi o pavor intolerável ao fogo justiçeiro do inferno que me fez escrever este post. Sou aquilo a que os eruditos chamam "um desleixado do caraças"! Movido pelo desejo de fugir ao precipicio interminável dos que pecam, aqui estou, despojado da preguiça mas cheio de uma nostalgia de quem ainda ontem viu reunidos na invicta noite do porto um grupo de alguns dos seus melhores amigos que são também, e não por acaso, as futuras mentes mais iluminadas deste país.
Por enquanto essa iluminação, que se resume a umas coloridas luzes que giram e ocasionalmente se vêm reflectidas nas bolas de espelhos penduradas no tecto, é controlada por meninas vistosas munidas de tops brilhantes e armadas com orgulhosos decotes. Na nossa idade essa iluminação ofusca, bem como os decotes e abranda o nosso já traçado percurso para a genialidade.
Ora é algures por esta altura que vemos ser-nos roubada esta luz, aquela que, acompanhada pela batida furiosa das colunas que ensurdecem, nos ilude e salva daquela realidade do trabalho e da responsabilidade de que procuramos fugir desesperadamente há 22anos.
Para os que acabaram os cursos e para aqueles a quem falta muito pouco para se lhes juntarem aqui fica o desejo de boa sorte e que a luz, a outra, aquela que quando nasce nasce para todos seja clara e nao ofusque e os acompanhe na luta contra o conformismo.

Um abraço amigo